sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O necessário para viver


Não adianta por cabestro, há que deixar fluir, crescer, correr solto. É quase algo inevitável de se esquivar, quem sabe um íman, uma mandinga, uma teimosia. Talvez seja a imaturidade da idade. E é bem possível e triste que seja.

Tudo tem seu tempo, todo cambia, tudo muda, é assim na canção, na vida e no amor. Embora se ame em cada tempo, cada momento me é originalmente único - e eu que tentava tanto falar isso nos meus 16 anos, mas só agora consigo um pouco por as coisas em ordem na cabeça e no papel - Mesmo que seja de uma forma sistemática e comedida.

Tudo ao seu tempo, sem pressa. Há de haver mesmo o tempo das infantilidades, dos birros, das implicâncias, das escaladas no muro, das decepções e das facadas. E dentro desses vários tempos, como gavetas numa cômoda sistematicamente projetada, tudo acontece.
Cada amor ao seu tempo e as vezes todos ao mesmo tempo. Mas o mais comum são um ou dois mais importantes.

E pode ser um beijo, uma flor, uma ligação, uma daquelas duzentas mensagens do seu celular. Tudo é único. Tudo desenformado e prefeitamente milimetrado para cada pele e sensação. Tudo é único e é isso que faz um mal danado.

Bem ou bom mesmo seria viver daqueles contos perfeitos de amor. Uma kombi azul, traição, juras de amor, filho e brigas. Gosto mesmo do imperfeito. Como nesse século pode-se amar plenamente? É sempre a torto e a direito. Não conheço ninguém que ame plenamente ao parceiro ou parceira.

Ninguém ama plenamente a dois. Não aos vinte anos. Só a um, uma unidade, um ser. Eis onde mora problema: o todo não entra na forma pré-fabricada.

A vida real e atual tem pressa de ser vivida, o que naturalmente nos dá sede de viver. Só que num passe de mágica tudo se esvai. E vai. E foi. Aí, já era.

Cuidado, no jogo baixo do amor tudo pode, pode tudo, até dar murro em ponta de faca pode. No amor tudo se transforma, ao menos temos que acreditar nisso piamente. É necessário para sobreviver. Pois quem se deleita na infelicidade, cava sua própria cova.


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