segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Viceversa


Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte
desazones de verte
Tengo ganas de hallarte
preocupación de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte
Tengo urgencia de oírte
alegría de oírte
Buena sorte de oírte
y temores de oírte
O sea
resumiendo
estoy jodido
y radiante
quizá más lo primero
que lo segundo
y también
viceversa.
[Mário Benedetti]

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Banhada em lágrimas





Desculpa, eu não sei como te pedir pra passar o resto da vida comigo
sem ter medo de te perder em menos da metade dela.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um outro ângulo



Que maldita essa mania
de querer tudo advinhar
de achar que interpretando
t
u
d
o
algo pode mudar, quando é
só mudar de
p
l
a
n
o
e tudo se empoeirar.

Olhar por uma outra ótica
nos faz enxergar a dor do outro
do ferido, do desprezado, do odiado
que outrora fora amado - vale salientar.

É preciso enxergar de um outro modo
(antes que se enjoe desse).

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

He


She may be the face I can't forget,
A trace of pleasure or regret,
May be my treasure or
The price I have to pay.

She may be the song that summer sings,
May be the chill that autumn brings,
May be a hundred different things
Within the measure of a day.

She may be the beauty or the beast,
be the famine or the feast,
May turn each day into a
Heaven or a hell.

She may be the mirror of my dream,
A smile reflected in a stream,
She may not be what she may seem
Inside her shell.

She who always seems so happy in a crowd,
Whose eyes can be so private and so proud,
No one's allowed to see them
When they cry.

She may be the love that cannot hope to last,
May come to me from shadows of the past,
That I'll remember till the day I die.

She may be the reason I survive,
The why and wherefore I'm alive,
The one I'll care for through the
Rough and ready years.

Me, I'll take her laughter and her tears
And make them all my
where she goes I've got to be.
The meaning of my life is she, she, she...


Composição: Charles Aznavour / Herbert Kretzmere

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Os dez mandamentos






Não há ombro, coluna, amizade e suporte que aguente um turbilhão todos os meses, todo santo final de semana, toda sexta-feira. Por isso foi criada a listinha dos dez mandamentos mágicos. Que surgiu numa das sextas frustradas, que começam na Cidade Universitária e terminam num banco de praça, tomando um sorvete de três bolas e as jujubas são atiradas no lixo. Depois de trinta minutos de conversa e o sorvete acabado surge um caderno e um grafite de dois reais vermelho e branco, e uma vontade imensa de querer mudar algo (ao menos nas sextas-feiras haha) em si, para si, para elas.


1. Não cortar mais o cabelo

2. Não dar em cima de nenhum homem

3. Emagrecer um pouquinho

4. Ter sempre unhas pintadas

5. Ser uma lady quando beber

6. Ser simpática com todos, enquanto sóbrias

7. Freqüentar lugares diferentes

8. Só sair dia de sábado

9. Ser ruim feito o pica-pau


Depois de muita discussão entramos em harmonia e designamos que diante desses ítens falhos e débeis deveria ter um crucial, que mudaria tudo. E foi o item zero.


0. Estudar geomorfologia (pra caralho).


Assim foi, e assim ficou no caderno de uma das amigas, só para servir como prova meses depois. O item zero mudou a vida delas. Por se dedicar quase que integralmente aos estudos, tirando as horas de sono e de serviços domésticos, tudo mudou. O tempo passou, o cabelo cresceu, a pança encolheu, e com unhas pintadas ou não, graças a nós não temos mais tempo a ser perdido com sextas infames e difamatórias.

Os planos que antes eram grandes, hoje se tornaram gigantes e ainda mais difíceis, embora sejam mais palpáveis. Tempo para perder com outros já não há. E isso é bom. Isso é ótimo. Pois empenhadas assim, com o tempo vêm os frutos, os bons frutos.

Esse é o lado bom, o lado ruim é que não há tempo para pintar unhas, nem buscar novos lugares, mas já reconhecemos que o melhor é o nosso canto, quando podemos chamar de lar, de nosso bar.