terça-feira, 14 de junho de 2011

Sintonia




É, tudo depende do dia, não importa o tempo. Uma semana, um ano... tanto faz.
Talvez conhecendo a pessoa por mais momentos você já tenha eliminado as pequenas paranóias que sempre temos dentro de si cultivadas, que estão só esperando alguém que abra uma janela, em um dia de sol, e diga olá e as faça brotar.  

Mas esse argumento (e fator) do tempo a favor é balela. Pois com o tempo vamos criando uma base firme para afirmar infinitas paranóias posteriores.  Com o tempo utiliza-se confidências contadas em momentos de ternura e espontaneidade contra o relator. Você já sabe o que o incomoda e como se livrar da pessoa na circunstância que lhe convier. E isto é cruel.

Se a experiência e filmes idiotas haviam te ensinado que crueldade era desgostar de uma pessoa facilmente por horóscopo, cama desforrada e toalha molhada em cima da cama, o ciclo da vida mostra-se verdadeiramente real e cruel. Antes houvéssemos nos dado conta e parado nos primeiros sinais, mas não, o ser humano gosta mesmo de ser desafiado.

Assina a Veja? Besteira. Porque com certeza devem ser os pais recalcados, coitados. Ou você finge que acredita que ele assina só para ler e falar mal. Chifrou a ex-namorada para ficar com você no início? Que lindo, tava na cara que ele gostava de você. E não noie à toa, ele nunca fará o mesmo com você. (rá)

Talvez você acorde um dia de mau humor e todos seus defeitos estejam aflorados, como neon em boate, destacados poros em alto relevo para que se enxergue tudo  e, num instinto, te faça sacudir a cabeça, e pensar: que asco. Talvez.

Sabe, cinco minutinhos mudam a vida de muita gente. Talvez em uma briga de cinco minutos você me enxergue nesses cinco minutos. Talvez você realmente me escute pela primeira vez na vida e entenda, que não foram os cinco minutos, ou os segundos que o antecederam, foram todos os outros minutos em que não houve sintonia, ou pior, houve uma sintonia mascarada que cheguei até a acreditar que havia uma e quis congelar o tempo, naquele instante, para poder suportar todos os outros minutos dessintonizados. 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nada é atemporal


Eu não entendo e provavelmente não vou compreender nunca essa sua batalha diária para me afastar. Ironicamente contraditória, já que insistes em me observar até onde sua vista alcança no horizonte.

Parece até que sabe. Ou gosta de agir de acordo, estudando meus anseios. 
Escuta, você pode até rir dessa minha caligrafia tremida e de aspecto infantil, mas você tem que abrir os olhos e começar a não ver só defeitos.

Você tem que deixar fluir. Tentar sair do controle, e passar a ser sincero consigo porque comigo não basta (pois eu acredito).

É preciso interpretar bem os sinais, não deixar passar o que depois não fará mais sentido quando for dito. Pois o tempo também passa para as palavras que sonhamos e regá-las com álcool e tabaco talvez seja o mais insensato adubo para o que chamamos de paixão.

É triste pensar que nossa única certeza é a que nem tudo tem seu próprio tempo. É de pesar o coração, sejamos realistas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Por quien merece amor


E se tudo está em câmbio na vida, para quase tudo há uma primeira vez. Não fugindo à regra e a agarrando para não perder o rumo de vez, posto esse vídeo só para que um dia lembre desse sentimento mundano que hoje me invadiu. 




Te molesta mi amor
mi amor de juventud
y mi amor es un arte en virtud

te molesta mi amor mi amor sin antifaz
y mi amor es un arte de paz

mi amor, es mi prenda encantada
es mi extensa morada
es mi espacio sin fin
mi amor
no precisa fronteras
como la primavera no prefiere jardín


mi amor no es amor de mercado
porque un amor sangrado
no es amor de lucrar
mi amor es todo cuanto tengo
si lo niego o lo vendo para que respirar

Te molesta mi amor
mi amor de humanidad
y mi amor es un arte en su edad

te molesta mi amor
mi amor desurtidor
y mi amor es un arte mayor

mi amor no es amor de uno solo
si no alma de todo lo urge sanar
mi amor es un amor de abajo
que el de venir me trajo para hacerlo empinar
mi amor el más enamorado
es el más olvidado en su antiguo dolor

mi amor habre pecho a la muerte
y despeña su suerte
por un tiempo mejor
mi amor, este amor aguerrido
es un sol encendido
por quien merece amor



Sílvio Rodriguez


É de amolecer qualquer coração de pedra.