terça-feira, 26 de abril de 2011

Mundo arredio







Cabeça cheia e caneta em mãos

e o mundo parece que começa 
ao levantar e procurar um caderno.
As idéias e pensamentos se foram

foi a dor de barriga que chegou
fazendo sala pra a apreensão
da quinzena que galopa.

A música penetra meus poros
e não me dá qualquer segurança
Fortalece incertezas irrequietas.

Arredio sentimento miserável.
Tanto te evito e me atormentas
vou te embeber em álcool 
e só te lembrar com palavras
"aquele-que-não-deve-ser-nomeado
vai ser o mais dito quando
a Ausência virar rotina"

Maldita sina.


Essa trapaça do tempo 
já está virando treinamento!

Um dia dou-lhe uma rasteira
e alcanço por fim um contentamento




Até lá continuo trocando a caneta pelo lápis por ter medo de errar.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Agonia





A primeira vez que notei sentir algo foi quando evitei tua mão enquanto andávamos pela rua. Tive receio do peso que isso me representaria.

A primeira vez que me senti confortável com você foi a primeira em que andamos de mãos dadas, por um longo trajeto, mesmo quando minha mão tremia.

A segunda vez que me senti mais que confortável foi apenas depois de longos quase 30 dias. Trinta estes em que sumisses e eu fui contente com outros - eu estava ao teu lado sentada, conversando amenidades entre espirros e cócegas, quando uma alegria tão grande me tomou que eu queria que o tempo parasse ali. Preu nunca mais estragar nada.

A primeira vez que achei que gostava de você foi em uma noite em que recebi uma desculpa esfarrapada sua e fui beber até amanhecer. Cheguei em casa 6'30", ébria e tagarela, quando uma amiga do meu irmão falou pra mim da cama ao lado: você não para de falar dele. E foi aí que sorri e dormi, satisfeita com a descoberta.

A primeira vez que vi que estava fudida foi quando me peguei rezando, pedindo aos céus que você gostasse de mim. E nem batizada sou.


A primeira vez que soube de fato, embora conteste como o diabo, que eu estou apaixonada por você, foi quando escrevi tudo isso agora, pensando baixinho: que bom seria se você chegasse agora, lesse tudo por trás escondido e eu não tivesse que dizer mais nada.


Mas pra variar você nem veio.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Amor en vacaciones



Me creí raíz y me fundí
de tanto esperar por
quien ya no venía
en el fondo lo sabía

Acabé el libro
que prestaría apenas
en el término de tu 
ya nostálgica estadía

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Mente feminina






Pense comigo:

se minhas lágrimas são gritos,
você já deveria estar mouco
e nunca mais me atender.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Loja de vasos







Não pode tocar,
Cuidado,
pode quebrar

Não corra,
caralho!
Vai ter que pagar

Não pergunte,
nem escute
Trate de esquecer

Ame por
tipo sanguíneo

Odeie por
acasos do destino
de doença,

de demência
ou qualquer
coisa
que o valha.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Frágil saudade






Amor, amor, amor, amor.
é tudo o que sinto por você.
Por vezes regado com muita raiva, 
mas sobretudo (e no fim mes-mo) 
o que sobrevém é só saudade.

Saudade de te ter todo nos meus dias,
mesmo quando a gente não se via
e não saías nunca de minha cabeça 
Inclusos os momentos apáticos.

Saudade de importar, de brigar.
de ainda significar algo por qual
tenha fé que valha a pena chorar.

Se amor não é sinônimo de dor
poder-se-ia praguejar saudade
Ou aquele sentimento agonizante
de te ver em uma mesa ao lado
e não ter forças de ir dizer Olá

E no leque de probabilidades do
acusativo do pronome reflexo se
já posso afirmar sem tremer
se não houvessem os se's, nós 
sequer um dia poderíamos ser.