quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Noite de Setembro



O olho ardendo sob a colcha de cetim
a garganta dolorida, úmida pela fome
Os pés ásperos refrescados pelo vento
o ventilador fazendo o lençol levantar

A escuridão fazendo sala pra burrice
a música me fazendo chorar.
Talvez seja o cabelo, que por desleixo
ficara oleoso e numa piscada
me irritou e me fez chorar.

Mas talvez seja mesmo a música.

É Baden na cabeça! Que me faz chorar.

Ando carente de lenços e de companhias
que não me irritem. E das pessoas que
gosto mas não me habitam (tampoco visitam)

Tudo que vai, volta, mas às vezes a
maré desobedece. Submissa a uma
corrente, muda o rumo, descontente. 
E já com um novo olhar, numa terra
vizinha, mas distante. Cortada por
correntes marinhas e egos gigantes

pulo uma linha, abro mais um parágrafo
dobro a página e escrevo "Por Você"
Guardo na gaveta de assuntos,
entitulada "carnaval". E vou viver.
Ainda nem chegou o Natal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário