Quando era pequena eu podia passar horas ouvindo Pavarotti. Gritando, cantando e girando na sala. Tinha a mania de rodopiar e ficar a girar, girar, girar... Até que um dia deu em merda.
Consegui ainda girando, enfiar a cabeça no trinco fixo da porta (aquela parte de metal que fica na parede). A precisão foi tamanha que em segundos a sala ficou coalhada de sangue e eu ainda girava, desnorteada. Foi foda.
Vendo o sangue pensei na hora que iria morrer e só conseguia dizer "puta que pariu, agora não!".
Milímetros de sangue vazados e doenças e neuroses vividas (não necessariamente vencidas), cá estou nessa noite de sábado esvaziando a oficina do diabo.
Me sinto presa na imensidão dos meus sonhos. E constrangida por tê-los. Coisa de burguês, né? Ou de um puritanismo escrachado, de fachada? Talvez.
Os dois primeiros parágrafos me fizeram rir MUITO! O segundo mais precisamente hehe
ResponderExcluirAmanda Cano
tinha mais coisas nesse post, mas dá preguiça de digitar tudo, tenho que dar mais atenção a isso aqui.
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