segunda-feira, 22 de abril de 2019

Outro rio




Sempre fomentei um Rio imagético em meu imaginário através da MPB cantarolada na infância,  
chorada na adolescência e degustada na maturidade. 
Não foi o estado que eu conheci. 


Lá,
eu cantei João Bosco e dancei Jorge Ben Jor bêbada, em um bar da Lapa.
No mesmo recinto cantei e não chorei. 

Na Praia Vermelha passeei com Francisco,
e a cada minuto de vislumbre respirado me vieram lembranças de outro
Francisco, meu avô.

Lembrei-me da carta e do desenho de coala que fiz para enviar pelos correios a Fausto.

Na verdade quem levou o desenho foi Seu Chico, para o Rio, esse mesmo estado
que agora é outro.

Lá, precisei desesperadamente de um abraço e não tive por motivos ainda obscuros e irredutíveis em minha mente.
Leonino só complica, isso é um saco.

Quero muito acreditar que somos as memórias que construímos, 
As quais insistimos em apostar 
na esperança de uma vitória saborosa, com gosto de sotaque. 

Cá,
me sinto renovada, mas não como também erroneamente imaginava.

estou banhada de realidade

Quanta expectativa genuína 
por algo que vale a pena
Por alguém que todavia irei me tornar.

Lembro como se fosse agora o momento em que dancei Novos Baianos acompanhada. 



Eu voltei. Mas fiquei um tiquinho lá.

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