terça-feira, 19 de abril de 2011

Agonia





A primeira vez que notei sentir algo foi quando evitei tua mão enquanto andávamos pela rua. Tive receio do peso que isso me representaria.

A primeira vez que me senti confortável com você foi a primeira em que andamos de mãos dadas, por um longo trajeto, mesmo quando minha mão tremia.

A segunda vez que me senti mais que confortável foi apenas depois de longos quase 30 dias. Trinta estes em que sumisses e eu fui contente com outros - eu estava ao teu lado sentada, conversando amenidades entre espirros e cócegas, quando uma alegria tão grande me tomou que eu queria que o tempo parasse ali. Preu nunca mais estragar nada.

A primeira vez que achei que gostava de você foi em uma noite em que recebi uma desculpa esfarrapada sua e fui beber até amanhecer. Cheguei em casa 6'30", ébria e tagarela, quando uma amiga do meu irmão falou pra mim da cama ao lado: você não para de falar dele. E foi aí que sorri e dormi, satisfeita com a descoberta.

A primeira vez que vi que estava fudida foi quando me peguei rezando, pedindo aos céus que você gostasse de mim. E nem batizada sou.


A primeira vez que soube de fato, embora conteste como o diabo, que eu estou apaixonada por você, foi quando escrevi tudo isso agora, pensando baixinho: que bom seria se você chegasse agora, lesse tudo por trás escondido e eu não tivesse que dizer mais nada.


Mas pra variar você nem veio.


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