terça-feira, 22 de junho de 2010

Amor mais que discreto







Depois de um tormento vem sempre a calmaria, 
o mar cheio e tranquilo, calmo. Cinza como o céu. 

Como distinguir algo do gênero durante o inverno?


Deve ser pela grama bonita e verde ou
 solos encharcados, úmidos, adubados -


com minhocas boiando para os cágados
 (como numa noite feliz, de festa e vernissage).

A cada cerrar de olhos, uma lembrança 
digna de ser escrita nas paradas 
escolhidas pelo sinal fechado.

E no calor abafado que só o inverno 
pernambucano tem nos poucos dias de sol, 

é preciso correr à sombra, para que 
eu tenha uma falsa estabilidade 
um pouco mais agradável 

e te esperar sem agonia
com o juízo no sol.




Um comentário:

  1. Poema muito bom, com algumas imagens surpreendentes. O eu entremeado na paisagem da estação.

    Abraço.

    ResponderExcluir