Depois de um tormento vem sempre a calmaria,
o mar cheio e tranquilo, calmo. Cinza como o céu.
Como distinguir algo do gênero durante o inverno?
Deve ser pela grama bonita e verde ou
solos encharcados, úmidos, adubados -
com minhocas boiando para os cágados
(como numa noite feliz, de festa e vernissage).
A cada cerrar de olhos, uma lembrança
digna de ser escrita nas paradas
escolhidas pelo sinal fechado.
E no calor abafado que só o inverno
pernambucano tem nos poucos dias de sol,
é preciso correr à sombra, para que
eu tenha uma falsa estabilidade
um pouco mais agradável
e te esperar sem agonia
com o juízo no sol.
Poema muito bom, com algumas imagens surpreendentes. O eu entremeado na paisagem da estação.
ResponderExcluirAbraço.