quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Dor sem cura


Há muito tenho um tufo de lágrimas preso na garganta que me impede de dizer tudo o que mereces ouvir.
Tem tempo que ando triste e não cumpro meus deveres, nem o que mais gosto me excita mais.
Nada me apetece e meu organismo já não responde mais:
Meus olhos sempre com olheiras já estão tão profundos que do fundo do poço não enxergo outras pessoas.
Meu sono desregulado me desnorteia a rotina, hora por não vir nunca, ou vir sempre nas horas menos inesperadas.
Meus ouvidos estão saturados de escutar tanta bobagem, tanta merda
nesse mundo, e cansados de ouvir lamúrios falsos de gente que não dá valor à vida.
Minha garganta engasgada me impede de engulir o mar que tenta todos os dias me engulir.
Por isso meu coração vai de acordo com a maré.
Por horas cheio de vida e bonito, por outras cheio de vida também, porém daquelas pequeninas que se escondem em buracos na areia, ou oscilando de acordo com o vento.
Minha dor deve ter remédio, mas faz anos que cansei de procurar; A alternância de amores assimilados com proporções de tristeza e alegria me enganou e já me sentia sem rumo, perdida, ao menos até hoje pela manhã.
Não sei se fora meu pai brigando pela hora, minha mãe com a sabedoria de sempre a apaziguar ou minha cachorra que me lambeu e me deixou puta, que me fez atinar que estou viva, e apesar daquela frase estupidamente sofrida que sempre ouço em enterros, onde meu coração dilacerado já não sente mais nada e meus ouvidos tornam-se filtros falhos, que me escancarou o mundo.
É, 'a vida continua'. E eu posso morrer te amando, mas em outros amores vou-me deixar abraçar.

2 comentários:

  1. Caralho, Lua...eu queria muito que tu se fodesse. que lindo,porra! e que ódio por me identificar tanto. hahahaha
    besos. ;) vou ficar acompanhado,nem sabia que tu tinhas blog. ;*

    ResponderExcluir